quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

A DOR DE ESCREVER

Colocando vida na escrita...


Sempre digo o quanto dói, para mim, escrever qualquer coisa. Engraçado é que todo mundo diz que "escrever cura" ou que "escrever ameniza a dor".

Ok! Preciso ser menos crítico com as coisas que coloco no papel (?)...

Estou tentando um novo processo.

Uma amiga de longa data disse-me, certa vez, que eu era um "Atlas", aquele cara da mitologia condenado a manter o mundo/universo nas costas e que não precisava ser assim. O maior problema, talvez, seja não saber fazer isso.

Confesso... tenho muitas e muitas dores por carregar tantos "e se..", tantos "por quê?", e tantas coisas que sei, intelectualmente falando, que não tenho controle algum!

São tantas fraturas que tenho na alam que não sei se poderia contar todas elas... Quem sabe seja por isso que a escrita doa tanto? O poeta Renato russo em uma de suas canções disse:

"...toda dor vem do desejo de não sentirmos dor"

Um ano novo começou! Mais uam vez me pego fazendo "não-planos" para fingir que alguém como eu pode "restaurar" alguma coisa...

Falando em dor e em fingir, lembrei do poema "Autopsicografia" de Fernando Pessoa:

"O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente"

Preciso, como o poeta, transformar minha dor. Trazê-la a tona para detonar com ela...

Esse é o caminho?

Espero que sim!


Nenhum comentário:

Postar um comentário