domingo, 21 de novembro de 2021

CAFÉ, NINA E ESTRELAS (19/30)


 CAFÉ, NINA E ESTRELAS (19/30) 

 

Stars, they come and go 
They come fast or slow 
They go like the last light 
of the sunall in a blaze 
and all you see is glory 
But it gets lonely there 
when there’s no one here to share 
We can shake it away 
if you’ll hear a story


(Stars - Música de Janis Ian, interpretada por Nina Simone)


 

(Espero que você possa ler este texto ouvindo essa música: https://bit.ly/3HEk05p) 

 

Esta semana, para receber alguns amigos em casa (aquele pequeno grupo da igreja que já mencionei em textos anteriores), comprei um café especial no Bricktop´s Café (@bricktopscafe). Café, sem dúvida fabuloso, batizado de Nina em homenagem à um dos maiores nomes da música negra americana, Nina Simone. Sacerdotisa do soul, deusa do blues, dama do jazz... Um fenômeno sem igual que com seu piano e voz marcaram indelevelmente a história da música. 

Apesar de ter uma predileção pelo bom e velho “Rock and Roll”, tenho um gosto eclético para música e de tempos em tempos vou “experimentando” outros sons em meus ouvidos.


Não sou músico... apenas gosto de música! E, aparentemente, há uma certa relação entre o café e o jazz (nunca pesquisei sobre isso), fato que me levou a escutar um pouco mais deste estilo musical e seus congêneres. 

Nina Simone nunca tinha me chamado a atenção até que assisti o último espisódio da terceira temporada da série/animação “BoJack Horseman” e tocou a canção “Stars” e eu fui arrebatado, tanto pela canção como pelo vozeirão.


A canção era um lamento! Foi cantada por Nina quando voltou de um de seus autoexílios (tem um documentário na Netflix chamado “What Happened, Miss Simone?”, caso alguém queira saber um pouco mais sobre ela). A canção cheia de pura emoção e verdade fala sobre a vida das “estrelas”, aqueles que hoje chamamos de “popstars”, que com seus talentos, dotes, canções ou seus corpos atraem multidões, mas são vazios por dentro pois nem sempre conseguem ser eles mesmos. Muitas vezes estão tristes e vazios, sem amigos de verdade. Ora, não é difícil imaginar quantos deles arruínam suas vidas com vícios, bebedeiras, drogas e tudo mais para que possam amenizar suas “sedes” e suas “fomes”.


Coincidentemente, um dos assuntos tratados pelo nosso grupo era sobre nossa fome e sede de tantas coisas (dinheiro, fama, amores, carinho, validação, sexo, compra, coisas tangíveis ou intangíveis, reconhecimento...) e o quanto nada disso sacia pois depois da “ressaca”, o vazio continua em nós.


Salomão, que viveu há uns 3.000 anos, foi o homem mais rico que pisou na face da terra. Era rico, cheio de sabedoria e famosíssimo. Sua fama se estendia por todo oriente médio, Ásia e África. Em algum momento decidiu que faria tudo, mas tudo mesmo que seu coração desejasse... vinhos, extravagâncias, grandes projetos, construção de casas e reservatórios, bosques, prazeres de toda sorte!

 

“Ajuntei para mim prata e ouro, tesouros de reis e de províncias. Servi-me de cantores e cantoras, e também de um harém, as delícias do homem. Tornei-me mais famoso e poderoso do que todos os que viveram em Jerusalém antes de mim... Não me neguei nada que os meus olhos desejaram; não me recusei a dar prazer algum ao meu coração...” - Eclesiastes 2:8-10 
 

Interessante é que grande parte dos homens correm atrás destas coisas... querem saciar os desejos, aplacar suas dores, sentir alguma “utilidade” ou apenas se servirem destas coisas...


“Inútil... vão... é como correr atrás do vento... nada se aproveita... nada faz sentido...” foram as palavras do próprio Salomão depois de viver uma vida tão “formidável” aos olhos de qualquer ser humano.

 

Nina Simone teve uma vida intensa! Ativista dos direitos civis, assim como o Pr. Martin Luther King, deu voz para aqueles que clamavam e não eram escutados. Ela que nasceu pobre e sofreu tantas violências na vida, deu voz àqueles que clamavam por direitos.


Ora, por volta de 1.000 depois de Salomão, naquilo que nós cristãos chamamos de “plenitude dos tempos”, um andarilho que cresceu em Nazaré, começa dizer que era o próprio “Pão da Vida” e que saciaria toda e qualquer fome (Jo 6:35) e, mais, que Ele daria “Água da Vida” e quem dela bebesse nunca mais teria sede (Jo 4:14). Imagine não ter mais fome ou sede (obviamente não estamos falando de nossa necessidade de se alimentar) e não sentir mais aquele imenso vazio que mais parece um “buraco negro”. Satisfazer, enfim, esse anseio de eternidade que existe no coração do homem.


Você se lembra da música “Comida” cantada pelo Titãs? “Você tem sede de que? Você tem fome de que?”. Então... qual a sua fome e sua sede? Não importa! Salomão termina seu livro dizendo “tema a Deus e guarde seus mandamentos”. Enfim, ele aponta para o Pão e Água da Vida, Jesus!

 

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