terça-feira, 16 de novembro de 2021

ESCREVIVÊNCIA (16/30)

 


ESCREVIVÊNCIA

 

“Não se pode escrever nada com indiferença.” - Simone de Beauvoir 

 

Sim, é possível escrever com indiferença. É possível criar sem qualquer afeição. É como “procriar” em um sentido biológico. Sem afeições, apenas instinto!


Entendo, entretanto, que não existe neutralidade em nada!


"A arte não precisa de justificativa”, já apregoava o holandês Hans Rookmaaker. Não há necessidade de que arte seja panfletária ou utilitarista. Que a arte seja apenas arte (boa arte)!


Enquanto escrevo, procuro dentro de mim as referências que estão mais latentes... Os livros que li, as frases que chamam minha atenção, os autores que me são caros, as pessoas que despertam o que tenho de melhor (às vezes, apenas chamando a atenção sobre como coloco as vírgulas).


O Carl Jung, certa vez, disse que “nascemos originais e morremos cópias” pois, crescemos tentando nos moldar aos padrões da sociedade e dos vários círculos que fazemos parte. E, em parte, há verdade no que ele diz...


Ser original é um tanto difícil! Ficamos entre o “nada se cria, tudo se copia” do Velho Guerreiro (para os mais novos, essa era uma das alcunhas do apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha) e o “roube como um artista” do Austin Kleon (este escreveu sobre a importância das influências, das ideias coletadas e da “remixagem” de tudo o que for preciso para fazer algo maior e mais criativo).


Certa vez, eu disse que escrever, de alguma forma, é como encontrar o próprio traço no desenho. Mesmo os melhores desenhistas começaram “copiando”, experimentando e desenvolvendo seu próprio traço. Tenho feito o mesmo nestes últimos dias. Expressando, ainda que tão cansado, o que há de melhor aqui dentro.


Beijo para quem é de beijo e abraço para quem é de abraço!

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