sábado, 27 de novembro de 2021

IDEIAS PRÓPRIAS (23/30)



IDEIAS PRÓPRIAS (23/30)

“Não tenho vergonha de mudar de ideia, porque não tenho vergonha de pensar.” - Blaise Pascal 

 
 

 

Sempre faço questão de dizer o quanto sou ambíguo e contraditório. Na verdade, nunca fiz questão de ser “dono da verdade” ou “ter a última palavra”! Gosto muito de ponderar e conhecer todos os lados ou, como dizem, conhecer os “dois lados da moeda”.


A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em um dos mais assistidos vídeos da história do TEDx, nos alertou sobre “o perigo de uma história única”. Histórias únicas são problemáticas porque contam apenas sobre um lado que com o passar do tempo tornam-se “verdades absolutas”, criando, assim, rótulos e estereótipos falaciosos. Eu, por exemplo, antes de morar no Nordeste, achava que “Caruaru” era o nome de uma feira e não de uma cidade (toda referência que eu tinha era o que passava na mídia televisiva).


Histórias únicas, ainda, são editadas conforme o interesse de quem narra. Ao se colocar várias histórias em uma única narrativa, acaba-se privilegiando alguns detalhes em detrimento de outros. Como disse o Antônio Biá (personagem fictício do filme “Narradores de Javé”), "uma coisa é o fato acontecido, outra é o fato escrito". E esse é o ponto... não existe isenção ou neutralidade em quase nada daquilo que chega até nós como “fatos”. Por isso, é bom dialogar com os discursos opostos.


Bem, minhas ambiguidades não significam que minhas convicções são fracas ou que sou relativista. Significa que estou aberto a ouvir e entender o outro, lembrando que tudo o que vejo, leio ou penso é sempre parcial. Portanto, amanhã posso mudar de opinião ou amadurecer outras ideias. 

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