quarta-feira, 17 de novembro de 2021

USANDO BORBOLETAS (17/30)

 



USANDO BORBOLETAS

 

“A maior riqueza do homem 
é a sua incompletude. 
(...) 
Perdoai 
Mas eu preciso ser Outros. 
Eu penso renovar o homem usando borboletas. 

 - Manoel de Barros 

 

Para Manoel de Barros, “ser Outros” era sair do casulo. Sair da rotina. Se aventurar em prosas e poesias tornando-se tão “Outro” quanto podia. Não aceitava ser apenas aquele sujeito que mantém aquela rotina de todos os dias. Ele precisava se “metamorfosear” de alguma forma.


Fernando Pessoa, talvez tivesse a mesma sensação de incompletude e por isso criava tantas “almas” quanto possível. Dizia ele:


"Não sei quantas almas tenho. 
Cada momento mudei. 
Continuamente me estranho. 
Nunca me vi nem achei. 
De tanto ser, só tenho alma. 
Quem tem alma não tem calma."


Talvez ser “outro” seja apenas ser você mesmo! Apenas sair de sua caverna ou casulo... enxergar, como disse o Saramago, a ilha saindo da ilha.


Confesso que ando um tanto cansado! Já é tarde... mas, “não quero ser apenas um sujeito que abre portas, (...) que olha o relógio” para entrar ou sair de casa todos os dias, de sol a sol... pois, já dizia Salomão, “isso nada faz sentido”.


Sei que estou “viajando”! Mas, a borboleta me renova e me permite ser outro.


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