sábado, 6 de novembro de 2021

INDECISÃO (6/30)


 INDECISÃO (6/30) 

 

"Toda escolha implica uma perda!”. Com essa frase, Leandro Karnal começa a discorrer em várias de suas palestras, a importância de ter em mente que tudo aquilo que tomamos como decisão, deixamos para trás alguma coisa, ou seja, sempre haverá uma perda. Balada ou estudar para prova? Comer ou fazer dieta? Escolher alguém para casar implica, como disse o Stephen Kanitz, abrir mão de todas as outras possíveis escolhas, seja no presente ou no futuro (não precisamos polemizar este exemplo). E há centenas e centenas de exemplo diários. 


O corolário do existencialismo de Sartre é que “somos livres para fazer escolhas, mas prisioneiros de suas consequências” ou, nas palavras do próprio filósofo “Viver é isto: ficar se equilibrando todo o tempo entre escolhas e consequências.”.  


Somos livres para fazer escolhas. E algumas escolhas ou possibilidades de escolha geram certa angústia e assim chego no ponto de hoje. A angústia da indecisão. 

Há decisões que são mais difíceis de tomar como, por exemplo, a faculdade que vai estudar, o curso que vai fazer, a casa que vai morar, o número de filhos, a carreira que vai seguir 


Há um elemento catártico em colocar certas questões no papel. E seguindo o conselho de uma amiga, tenho “me jogado” na escrita e acabo visitando questões que são latentes dentro de mim. 


Sempre fui indeciso e faço mais uma confissão... passei muito tempo “seguindo o fluxo do rio” sem medir as consequências de apenas “deixar meu barco sem rumo”. Tenho um temperamento fleumático e os mais “esotéricos” dizem que o elemento dos fleumáticos é a água, ou seja, molda-se de acordo com o lugar ou circunstância. Em outras palavras, é alguém adaptável, mas conforma-se com as circunstâncias. E assim, além da dificuldade de tomar as próprias decisões, acaba assumindo compromissos que não estão em seu coração. 


Não decidir é uma decisão, também! Na pior das hipóteses é deixar que tomem a decisão por você e isso pode ser fatal em alguns momentos. 


Costumo dizer que “decisão” é sempre “cisão”! Há divisão, perda, consequências e, talvez, por isso seja angustiante (pelo menos para mim é) fazer escolhas. 


Tenho quase 50 anos e ainda estou aprendendo a conviver, sem grandes preocupações, com as decisões tomadas. Claro que a maturidade e o tempo ajudam. Procuro, quando possível, o conselho de um ou outro amigo para que tudo seja menos angustiante. 


E por fim, seja qual for a decisão, comprometa-se com você mesmo. Que seu “sim” seja verdadeiramente “sim” e seu “não” seja verdadeiramente não”... No mais, tenho certeza que as coisas se ajustam.


Beijo para quem é de beijo e abraço para quem é de abraço. 

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